domingo, 24 de maio de 2009

Sinto muito, mas preciso falar...

Quero Ser Primo do Urso ou do Leão, não do macaco...

Quero Ser Primo do Urso ou do Leão, não do macaco...Diz Darwin que dentre os animais, o macaco é o parente mais próximo do homem. É um bichinho alegre, ágil, às vezes, simpático que faz caretas até interessantes, mas não quero ser parente dele. Outras características psicológicas do primata também se assemelham às nossas - é egoísta, superficial, agitado, descuidado e hedonista. Não tenho nenhum preconceito de cor, nunca tive nenhum problema com nenhum macaco... mas já decidi: não quero pertencer à família dos macacos.Há outro animal, até bonitinho, com o qual também não faço questão de ter nenhum parentesco. É a raposa. Na Bíblia, Jesus faz duas referências a ela. Em uma dessas citações o Mestre compara o rei Herodes a uma raposa. Por quê? Analisemos o comportamento da raposa. Ela é extremamente astuta. Mantém vinte esconderijos de comida e guarda na memória a localização de cada um deles. Assalta galinheiros, faz matança além do necessário e vive em grupo.Tem o costume de apoderar-se das tocas feitas por coelhos e texugos. Se analisarmos bem o comportamento e o perfil psicológico do rei Herodes à época, ele se enquadra muito bem com o perfil da raposa. Não. Não tenho nada, também, contra as raposas, mas não quero ser parente e nem ser comparado a elas.No entanto, eu gostaria de ser primo do urso. É um animal estúpido e grosseiro. É antipático, ao contrário do macaco, não anda mostrando os dentes. Gosta de fazer “cara feia” mas é detentor de uma qualidade indispensável a todos aqueles que vivem no reino das dificuldades – A determinação.Caso ele vá subir na árvore e venha a cair e se ferir, ele não desiste – mesmo ferido e machucado, ele continua fazendo as tentativas até conseguir alcançar seu objetivo.Um campeão de Deus, chamado Noé, parece ter incorporado essa característica do urso.A atitude de Noé ultrapassa qualquer limite da compreensão e da razão humana. Por que não construiu a Arca numa parte baixa? Por que não próximo do mar? Do rio? Trabalharia menos e o tempo de 120 anos seria drasticamente reduzido. Por esta razão, Noé foi conduzido a uma situação de incompreensão, solidão e zombaria. Mesmo assim, nunca ficou desencorajado ou perdeu as esperanças. Tinha a determinação de urso e a fidelidade de leão.Por falar em leão, eu gostaria de ser parente muito próximo do rei dos animais. Ele é feroz, ágil e em certo período da vida, apaixona-se para sempre. Nenhum homem, (só Jesus) é tão fiel quanto ele.Após acasalar-se, perde completamente o interesse por outras leoas. É fiel até o fim da vida e sacrifica-se para defender sua querida. Mesmo que sua amada morra, ele não procura outra leoa e fica solitário até a morte. Que ser humano seria capaz de tanta fidelidade e dedicação?Penso que só Jesus. Talvez, por isso, o Mestre da Justiça seja chamado de “O LEÃO DA TRIBO DE JUDÁ”.
Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 24/05/2009

domingo, 17 de maio de 2009

Sinto muito, mas preciso falar...

IDEIAS TRAVADAS...
Elas estavam guardadas nos vários compartimentos do cérebro e do coração de Absalão. Mas um inverno rigoroso havia encharcado os corredores de sua alma e isto travava o fluir de milhões de idéias e pensamentos que houvera armazenado ao longo do tempo, fruto de suas leituras e observações.Precisava escrever sobre algo. E forçou a liberação das ideias. Como num painel, surgiu uma infinidade de temas. E disse de si para consigo: - Escreverei sobre o drama existencial do patriarca Noé construindo a arca do dilúvio no topo da montanha. As ideias até começaram a soltar-se. - Por que no topo da montanha? Pensamentos estranhos quebraram seu raciocínio e inspiração.Ensaiou escrever sobre o romantismo melancólico e pessimista de Lord Byron ou ainda sobre o simbolismo satanista de Charles Baudelaire... não... não. Não era sobre isto que queria falar. Rabiscou um poema sobre o amor, mas só conseguia construir rimas pobres. Queria que seus versos tivessem rimas ricas ou preciosas. Não conseguiria escrever sobre o amor naquele momento e desistiu da poesia. Mesmo assim continuou insistindo. Já houvera lido sobre as teorias da sexualidade de Freud. Escreveria sobre isso? Não. De repente surgiram outros temas: Ah! Já sei. – falarei sobre o Evangelho de Cristo e o evangelho dos mercadores da fé. Já houvera lido os evangelhos várias vezes, por isso pensava dispor de “fogo” na mente e no coração para confrontar os dois tipos de evangelho... Mas ainda não era o momento para escrever sobre este assunto e,então, desistiu. Faria isto no tempo oportuno. E veio-lhe à mente a voz do pregador Juanribe Palharin. Falaria sobre seu fervor e sinceridade. Sua habilidade para pregar, seu amor ao evangelho. Mas também desistiu... falaria sobre ele depois.Por que não conseguia desenvolver suas idéias? No fundo, ele já sabia – faltava sintonia entre seu coração e seu cérebro.Faltava-lhe,principalmente,inspiração. O que seria esse inverno rigoroso que sempre afetava seu coração? Quem poderia reabrir as fronteiras de sua inspiração?Quem poderia dissipar aquele inverno rigoroso de sua alma? Lembrou do conselho de Paulo “... Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas...” Sua alma inalou a mensagem do apóstolo, então, dobrou os joelhos e orou...Marcos Antonio Vasco RodriguesEsta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 17/05/2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

SINTO MUITO, MAS PRECISO FALAR...

Palavras devastadoras, verdadeiras, necessárias...

-“... Uma geração perversa e adúltera me pede um sinal...”
“... Raça de víboras...”, “... Vós tendes por pai o demônio...”, “... As prostitutas vos precederão no Reino de Deus...”.
As frases acima (há muitas outras semelhantes) estão registradas nos evangelhos e foram proferidas pelo Mestre da Verdade à época de seu Ministério terreno. Pensando bem, são frases chocantes e devastadoras, se levarmos em conta que elas tinham como alvo o povo escolhido de Deus àquela época – os Judeus. As palavras foram dirigidas especialmente aos escribas e fariseus, dois dos mais respeitados e influentes grupos religiosos da época de Cristo.
Os escribas, doutores da lei, eram especialistas em bíblia e cabia-lhes a responsabilidade de interpretar e ensinar as Escrituras ao povo, por esta razão gozavam de grande prestígio e influência na sociedade judaica.
Os fariseus eram um grupo religioso “puritano”, jugalvam-se superiores aos demais e faziam questão de demonstrar santidade exterior. Como os escribas e fariseus, Jesus tivera a mesma educação religiosa que eles, professava a mesma fé e, obviamente, era também judeu.
Nem mesmo o parentesco espiritual e o “status” que esses grupos exerciam na sociedade, impediram que o Mestre fosse extremamente rigoroso e justo com eles. É possível que membros desses grupos dissessem –“Quem pensa que é esse carpinteiro pra nos ofender dessa forma?”. Eles não compreendiam que, para Jesus, aquilo que eles supervalorizavam não tinha valor –“status”, poder, religiosidade, politicagem, riqueza, prestigio... Jesus estava preocupado com a mudança interior de cada um. “Se não tiveres o coração como de criança, não verás a Deus...", “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus...”, “Quem manda, seja como quem serve...”, “Quem quiser ser o maior, que seja o menor...”, “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?”... Em nenhum momento, em nenhuma circunstância Jesus pregou outra atitude a não ser “a mudança do coração”. Aí residiu o grande conflito entre o Mestre e os religiosos da época. Eles buscavam “as coisas deste mundo”. Jesus queria lhes mostrar que eles deveriam “abrir mão” de tudo aquilo que os aprisionava “e, assim, passarem a adorar a Deus “em espírito e verdade”. Para Jesus, o Reino dos Céus, que os Judeus também queriam, não poderia ser construído sem sentimentos nobres –como sinceridade, amor, justiça.. – a ausência de tais sentimentos provocou a “queda” do primeiro casal, deve ter pensado Jesus.
"Escribas e fariseus hipócritas". Hipocrisia. Primeira causa da indignação do Mestre. As atitudes e comportamentos dos escribas e fariseus não estavam de acordo com a religiosidade deles. Faltava-lhes sinceridade. Fingiam virtudes que não possuíam. Pregavam “coisas que não praticavam”. “Fazei tudo o que eles dizem, mas não façais nada do que eles fazem...”, disse amargamente Jesus. Por causa da hipocrisia deles, Jesus afirmou: - “as prostitutas vos precederão no Reino dos céus...”. Que tragédia. Para Jesus, as prostitutas eram mais dignas e sinceras que eles. E haja dor e decepção no coração do Senhor da Verdade.
Um outro motivo parece ter sido a profunda ingratidão e incompreensão por parte dos líderes religiosos sobre a Providência celeste. Sobre isso, Ele disse certa vez: -
“Se vocês acreditassem em Moisés, acreditariam também em mim, pois de mim escreveu ele...”
Portanto, a decepção que seu próprio povo lhe causara fora também uma das razões para que Jesus utilizasse essas frases devastadoras contra, principalmente, os lideres religiosos. Parece-me terem sido estes, os dois principais motivos que levaram Jesus a indignar-se contra eles, a ponto de declarar: “... Vós tendes por pai o demônio e vós quereis fazer os desejos de vosso pai...”.
Que horror... O povo escolhidos de Deus, havia trocado de pai. Imagino com que dor amarga no coração Jesus foi obrigado a fazer essa declaração. Segundo o próprio Jesus, o povo a quem Deus houvera escolhido, havia trocado de pai. Era um pai terrivelmente cruel. “Jesus deu as características dele”... - “Ele foi homicida e traidor desde o princípio...” Ao fazer esta declaração, lágrimas de decepção dor, angústia e amargura devem corrido pela Sua face sulcada de rugas. Sim, rugas produzidas pela exposição excessiva ao sol escaldante do deserto. Aqueles a quem Deus havia investido todo sacrifício e esforço para prepará-los a fim de cooperarem e apoiarem Sua missão, agora eram um de seus adversários, deve ter pensado Jesus.
Imagino que nesse tenso momento, o “HD” de Jesus processou e trouxe à mente dEle o sofrimento do povo no cativeiro da Babilônia, a escravidão no Egito, o sofrimento de Noé, Abraão, Moisés... de tantos outros, porque todos os trabalhos de Deus e dos profetas do Velho Testamento se resumiram nele - Jesus.
Mas o povo, principalmente, os líderes, não foram capazes de compreender isto. Por isso, as palavras do Mestre não eram só devastadoras. Já era um juízo para um povo que se negava a compreender a vontade dEle e a de Deus...
Por isso chorou... CHOROU AMARGAMENTE...
Marcos Antonio Vasco Rodrigues

Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.
Publicado em: 05/05/2009