terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sinto muito, mas preciso falar

Último Encontro

Com frequência meu coração amanhece exalando um intenso desejo de encontrar um lugar tranquilo onde eu possa olhar para o céu, o mar e ficar interagindo com a natureza. Minha alma me traz à lembrança um local que considero exótico e belo desde criança: A Ponte Metálica, conhecida como a Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema .Ela é especial. Desde pequenininho eu a visitava em sua solidão, de manhãzinha, quando os banhistas ainda não tinham chegado pra tirar o sossego da ponte e da praia. Em minha última visita, numa bela manhã de dezembro, fiquei cara a cara com o mar. Sentei-me sobre a gélida areia, ainda intocada àquela hora da manhã. Olhei o horizonte, lá longe, quantos mistérios... Como eu gostaria de desvendá-los! As ondas beijavam suavemente a areia como se quisesse acariciá-la. Sob a ação de todo aquele ambiente deslumbrante, pensamentos novos tomaram de conta da mente da minha alma. Pensei no último encontro de nossas vidas. Qual seria?Seria com o precioso Amor com o qual sempre sonhamos e nunca o alcançamos? Não,infelizmentre não é. É com algo que sempre nos traz medo e incertezas,pois sabemos que não estamos preparados para esse nosso último encontro. Jesus falando sobre a necessidade de preparação para a vida após esse último encontro disse:- “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
Concluiu-se que tudo pelo qual lutamos a vida toda: sucesso profissional, reconhecimento, graduação, poder, riquezas e outras coisas que julgamos indispensáveis ficam restritas ao mundo temporal, físico. Vida de qualidade após a fronteira da morte requer “ensinamentos” do Céu. O máximo que conseguimos viver são oitenta ou noventa anos,isto se tivermos saúde física e psicológica,daí a preocupação do Mestre em conscientizar as pessoas sobre a urgente necessidade desta preparação,aliás todo o seu Ministério foi centrado nesse objetivo.Tudo fica mais grave quando percebemos que o último encontro não é marcado por nós e não podemos modificar a rota desse encontro inevitável. Bem que eu gostaria de ser eterno aqui mesmo, neste sofrido e pequenino planetinha azul, como o céu e o mar que meus olhos agora perscrutam, mas não posso. Ninguém pode. Só há uma saída: investir, aqui mesmo na Terra, na vida após a morte, assim, o último encontro de nossa vida deixará de ser medonho e doloroso.
Ouço gritos. Já passam das oito. Os banhistas começam a chegar, quebrando o silêncio do lugar. O sol já “está alto”. Imerso em meus pensamentos em nem houvera percebido a chegada dele.
Antes do meu último encontro,(que não sei quando ocorrerá) preciso marcar outros encontros com a natureza. Preciso aproveitar o curto espaço de tempo que tenho por aqui, naTerra, pois a visitamos apenas uma vez. E por pouco tempo..
Marcos Antonio Vasco Rodrigues.Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 19/01/2010