domingo, 7 de novembro de 2010

Olá,muito obrigado por sua visitas. Em breve publicação de novos textos

Olá,agradeço por visitar este espaço e ler meus textos. Como você já deve ter observado este Blog tem como conteúdo apenas os textos. Não há figuras,imagens,animações,etc. Apenas  o texto. Este procedimento foi feito de forma proposital. Desejo que o leitor possa focar sua atenção apenas no texto.
MAS,SAIBA  que há,aqui,muitos textos que você ainda não leu,pois já foram postados mais de 50   neste BLOG.

O propósito inicial do Blog está mantido,que é a publicação mensal de um texto,que pode ser um conto,um artigo ou uma crônica. Ocorre que nos últimos dois meses não houve publicação,por dois motivos:

1. Estive nestes últimos dois meses empenhado na construção  e colocação no ar do nosso Site,isto nos tomou todas as "sobrinhas de tempo" de que dispúnhamos.

2. A minha própria atividade como professor ocupa todo o meu tempo,restando-me apenas os restos de noites, os domingos e os intevalos após o almoço.Então observa,que meu tempo para escrever e  publicar ficou muito reduzido. Mesmo assim,já tenho outros  textos já escritos que publicarei em breve,aqui.Além do mais o tempo que estava sendo dedicado à construção e acompanhamento do Site volta-se novamente para a publicação neste espaço e do outro,O Eternamente futebol.


Caso você queira visitar nosso Site,acesse: www.eternamentefutebol.com.br

Assuntos do Site:

Esportes
Dicas de nossa Língua Portuguesa
Dicas de Daniel Boëchat
Notícias
Crônicas que escrevo sobre futebol

Obrigado...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: A riqueza que eles não querem...

Uma má ideia se combate com uma boa ideia. Nada melhor que a excelência da própria Palavra para confrontar as ideias da teologia da prosperidade.Enquanto aguardava na entrada de minha casa que alguém viesse abrir-me o portão,ouvi via rádio do vizinho uma voz impostada e artificial dizendo por meio de uma emissora FM pertencente a um dos "líderes" da teologia da prosperidade:-"vocês já ouviram a letra da música 'Eu sou pobre, pobre, pobre / de marré, marré, marré / eu sou pobre, pobre, pobre / de marré deci'.? "Pois saibam que ela foi inspirada por satanás,para exaltar a pobreza. Deus criou a riqueza e todos seus servos eram prósperos e ricos"disparou a voz revoltada,impostada e artificial. Há duas grandes inverdades na citação acima.A primeira é que o autor deixa claro na afirmação que seu conceito de riqueza é puramente temporal,contrastando claramente com os Ensinamentos de Cristo e de Deus,que enfatizam a construção e a vivência de valores espirituais,que embora subjetivos devem ser considerados como riqueza,uma vez que são responsáveis por uma vida de paz e gozo,principalmente na vida após a morte física. Jesus deixou bem claro que a riqueza espiritual se sobrepõe à material,por esta razão todo o seu Ministério foi centralizado na concretização desse propósito. Os evangelhos estão cheios de citações exaltando sua necessidade e importância.Vejamos algumas, saídas da boca do próprio Mestre:"se não tiveres um coração de criança não verás a Deus"," ".. de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma...?", “...Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem as traças nem a ferrugem os consomem, e os ladrões não furtam nem roubam...", "...louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será...?" .No Capítulo cinco de Gálatas há algumas características da riqueza espiritual.“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra tais coisas não existe lei".Mas  os seguidores da prosperidade ignoram não apenas estas citações,mas todas as outras tanto do Novo quanto do Velho Testamento que mostram com obviedade qual o verdadeiro propósito do Evangelho:pregar para o arrependimento e propiciar, assim, a construção da riqueza espiritual,conforme fez o Mestre e os demais profetas. A questão da riqueza material foi algo colocado em segundo plano pelo próprio Jesus"...buscai em primeiro lugar o Reino dos Céus..." portanto,para o Mestre uma pessoa rica é aquela da qual Deus se agrada.(eis aqui a verdadeira riqueza,porque uma pessoa detentora de tal riqueza  passa a ter uma dimensão atemporal,eterna.). Ora,assumir este discurso de Deus e Jesus gera isolamento,exclusão,falta de sintonia com os valores predominantes da sociedade,que é justamente a busca do prazer, do prestígio,do poder,do reconhecimento social e tais coisas não se conquistam sem riqueza material,sem influência.Se as pessoas e o mundo são assim,por que navegar contra  a maré? Façamos,pois,a vontade delas e não a de Deus. Os construtores da teologia da prosperidade captaram toda essa situação e inverteram os papéis:de costas para Deus  e lado a lado com o mundo. Assim  eles desconsideram a  riqueza espiritual e dão ênfase apenas à material. Tal atitude poderia ser encarada,também, como um golpe de oportunismo..Como o conceito de riqueza deles é puramente material desenvolve-se uma busca desenfreada e sem medida pelas conquista de bens materiais e poder,aproveitando-se assim da mesma vontade que os próprios fiéis têm de serem,também, prósperos materialmente(não há nenhum mal em se querer ser próspero,o problema é a inversão de valores) e daí os membros passam a ser explorados nas ofertas e dízimos,principalmente, na expectativa de alcançarem prosperidade.Mas o grande problema,conforme já foi dito, é que o   conceito de riqueza deles entra em divergência com o de Jesus,por isso os ensinamentos do Mestre são relegados a segundo plano e versículos e personagens isolados do Velho Testamento são priorizados. Claro que a parte material é importante ,pois ela satisfaz necessidades imprescindíveis de bem-estar e sobrevivência.Seria tolice negar esta verdade. O que se combate não é a riqueza,mas a forma como ela é adquirida: por meio da exploração mercantil da fé.Se os pregadores da teologia da prosperidade estão corretos,temos que admitir que Jesus,os apóstolos e os profetas estavam errados em pregar a riqueza espiritual em detrimento da material.Claro que o Mestre assumiu tal postura porque sabia(e sabe) que o mundo "está virado de cabeça para baixo"desde a época de Adão e Eva justamente por causa da ausência da riqueza espiritual e que sua conquista tem dimensões eternas,ao passo que a material não têm tal alcance. Mesmo que todos os habitantes da terra fossem ricos materialmente ,sem a riqueza espiritual não haveria mudança genuinamente verdadeira nas pessoas nem na sociedade. "..o que é da terra é da terra o que é do Céu,é do Céu..."por esta razão, há um contraste enorme entre Jesus e os defensores apenas da prosperidade material: O orgulho, a pompa, o exibicionismo,a concentração de renda e de poder não "casam" com a humildade ,as sandálias , a túnica surrada ,e nem tampouco com a simplicidade e a singeleza do carpinteiro de Nazaré.

A outra inverdade que acompanha a frase é:"os servos de Deus eram prósperos e ricos". Caso esta afirmação se referisse à riqueza espiritual dos servos de Deus, ela estaria correta,mas claro que não se refere. Se tal assertiva fosse verdadeira estaria em desacordo com a missão que foi confiada a cada um desses servos."...ninguém pode servir a Deus e a mamon...". O próprio Moisés renunciou riqueza,poder e glória no Egito para atender ao chamado de Deus.Noé passou cento e vinte anos construindo a Arca no topo da montanha. Abraão,Isaac,Jacó, Davi,Salomão personagens muito citados pelos pregadores da teologia da prosperidade eram,realmente, ricos materialmente e poderosos.Contudo percebe-se, claramente,pela leitura dos textos bíblicos que nunca usaram artíficios para subtraírem, por meio da fé, benefícios de outrem.Além disso,a riqueza material lhes veio como acréscimo em um momento específico da Providência,por causa do empenho e sacrifício no Trabalho Providencial. Abraão-um dos favoritos nas citações dos pregadores da confissão positiva-  abandonou a família e saiu errante,sem saber aonde ia para obedecer ao chamado de Deus. Jamais,em nenhum momento,o Pai da fé poderia  ser citado como um um homem obstinado pela riqueza material nem tampouco ser comparado a nenhum desses "líderes" da prosperidade que vendem até a alma por dinheiro. Veja que No novo Testamento,entres os Campeões de Deus mais proeminentes não havia nenhum rico material:Paulo,Pedro,João,Jesus,dentre outros.O próprio Paulo confeccionava tendas para sobreviver.

Destaca-se aqui outra questão que ainda não se conseguiu entender: Por que parte do movimento evangélico histórico considera as "igrejas " da prosperidade material como cristãs ou evangélicas? Há outros movimentos religiosos com fortes valores morais e éticos que são tachados de "seitas e heresias" e que dão ênfase muito maior à Bíblia.As "igrejas" da prosperidade material poderiam ser classificadas ,no máximo como semi-cristãs porque fogem aos princípios básicos do Evangelho. Percebe-se com facilidade que utilizam versículos descontextualizados do Velho e Novo Testamento.Dão destaque aos versículos do Velho Testamento que fazem referências às ofertas e dízimos( Mais um motivo para não usarem o Novo Testamento). Do Novo  utilizam ,de forma distorcida, praticamente um versículo citado por Jesus"Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância". Nada pregam sobre versículos que advertem sobre salvação,renúncia,arrependimento. Além do mais,há muito misticismo,uso de amuletos que,segundo eles, vão trazer prosperidade,"abrir portas"(flor,pedra de sal,roupas para serem "ungidas","dentre outros),sem falar que copiam palavras e costumes de religiões africanas como "descarrego,sessão,quebra de maldição",dentre outras práticas que anulam a possibilidade de tais "igrejas"serem classificadas como evangélicas.Diante de tanta salada doutrinária como poderiam ser consideradas evangélicas ou cristãs?

Se houvesse um tribunal para julgar os crimes de natureza espiritual,certamente todos nós, sem exceção,seríamos apenados .Contudo, "os líderes" da teologia da prosperidade  certamente seriam enquadrados em todos os artigos e receberiam pena máxima,porque se utilizam de artifícios e distorcem  o evangelho com o propósito exclusivamente financeiro,provocando males eternos à vida espiritual dos "fiéis".  E o que é pior: impedindo que a riqueza que eles não querem alcance o coração de pessoas famintas da Palavra e do consolo do Pai.
Marcos Antonio Vasco Rodrigues. Escreve contos,artigos e crônicas. Professor de Português.Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la,distribuí-la,exibi-la,executá-la desde que seja citado o autor original.Não é permitido fazer uso comercial desta obra...

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domingo, 18 de julho de 2010

RELIGIÃO: LÍDERES ESTRAGADOS

A missão principal da Igreja é preparar e qualificar as pessoas espiritualmente para a vida após a morte física,por meio da pregação da Palavra e do sacrfício de seus líderes. Porém,com algumas exceções, "líderes" espertos abraçam a "causa do evangelho" com o propósito de conquistar o que não conseguiriam fora da Igreja: prosperidade , acúmulo de bens materiais e prestígio. Ao invés de se sacrificarem pelas ovelhas ,sacrificam as ovelhas."O bom pastor dá a vida pelas ovelhas",afirmou o Mestre. "Líderes" religiosos,especialmente os que se baseiam na teologia da prosperidade,que recebem salários não estão fazendo um trabalho celestial."Dai de graça o que de graça recebeste". Um verdadeiro líder não vive para receber salário,nem tampouco acumular fortuna e construir impérios por meio de ofertas e dízimos. Ele deveria viver pelos prêmios de seus sacrifícios,conforme fizeram os Campeões de Deus. Aliás, todos nós inclinamos nossas cabeças para estes homens porque se sacrificaram,derramaram sangue e lágrimas pelos propósitos de Deus e da Humanidade. Um líder que não se sacrifica,nem derrama lágrimas  e que só pede benefícios prometendo, como pagamento, as bênçãos de Deus é um LÍDER ESTRAGADO. A Igreja deveria ser como a Tribo de Levi. Não houve distribuição de terras para essa Tribo. Ela fazia parte das doze tribos,mas não possuía nenhuma terra. A "propriedade" deles era a Igreja. Mas para Deus qual era a Tribo de Seu coração? Sem dúvida,era a Tribo de Levi. Sem terras,sem riquezas.Assim,pode-se deduzir que todos aqueles que recebem salários e se enriquecem à custa de dízimos e ofertas podem ser considerados "Gentios". Aqueles que não recebem salários ,mas mantêm a Igreja e participam das atividades sem explorar ,sem exigir nada em troca são os pilares da Casa de Deus.A Tribo de Levi nos dá um exemplo de como deveria se comportar a Igreja:cuidar da parte espiritual do povo.Esse foi o caminho seguido pela Tribo de Levi. É verdade que foi ordenado por Deus às outras tribos que dessem à Tribo de Levi as ofertas e dízimos. Mas isto para a"manutenção da Casa do Senhor" e para suprir necessidades emergentes dos fiéis. Jamais para deleite e enriquecimento dos sacerdotes.Com o surgimento das chamadas "igrejas neopentencostais" que baseiam sua doutrina na chamada "teologia da prosperidade" o evangelho virou,praticamente, mercadoria de troca. Tais "igrejas" recrutam seus "fiéis" via meios de comunicação de massa como o rádio e a televisão . Prometem a cura das enfermidades,a prosperidade material ,a realização do sonhos nunca "dantes" realizados. Tudo num "estalar de dedos". Basta participar das reuniões,(eles não chaman de cultos),fazer as "campanhas",dar as ofertas, os dízimos,pelo menos. Pronto,faça tudo com fé e todos os seus problemas serão resolvidos. Ah,não deu certo? A culpa é do membro. A fé foi pouca. Afirmam que são evangélicos,mas o propósito essencial do evangelho,que é pregar para a salvação da alma,para o arrependimento ,para a renúncia,tudo isso é "jogado no lixo". Quando utilizam a Bíblia,dão destaque ao Velho Testamento,onde há referências ao que interessa: as ofertas e os dízimos.O evangelho de Jesus é pouco citado. Motivo? Jesus pregava o desapego material,a santidade,a correção para a salvação da alma. Afinal,a natureza humana ,eles sabem,não procura tais coisas. Falar sobre isso talvez pudesse "espantar" os fiéis. Consequência? Redução das ofertas e dízimos. Basicamente,é mais ou menos isto o que ocorre diariamente nas reuniões de tais "igrejas". Embora seja pouco perceptível,essas "igrejas trazem alguns problemas, cito alguns deles. Primeiro: é um tipo de "igreja" com a qual o membro nunca pode contar numa emergência. Lá só entra,nada sai de lá. É o contrário do que se afirma nos Atos dos Apostólos:"partilhar do pão e das orações.


Segundo:Utilizam a mesma estratégia do "capitalismo selvagem": acumulação de capital a qualquer preço,sem se importar com as "dores" do explorado.


Terceiro: a culpa pelo insucesso do membro é somente dele. Não teve fé suficiente. Não deu as ofertas,os dízimos. Além do mais,o fato de uma pessoa não ter uma profissão, estudo e qualificação são aspectos desconsiderados  quando as coisas não dão certo no lado profissional.Além disso,é comum ocorrerem situações de constrangimento nos momentos de ofertas e dízimos. Quem dá mais, é mais valorizado. Não é diferente do "mundo decaído" onde você vale pelo que possui.Jesus jamais tomaria uma atitude destas. "Lembra da pobre mulher que deu uma única moeda como oferta e foi elogiada por Jesus?Quarto: A "igreja" foge totalmente aos propósitos de uma Igreja:preparar espiritual,psicológica e emocionalmente o fiel para a vida após a morte e, é claro,enquanto está aqui ,na Terra. Quinto: Um problema sério: algumas das "igrejas da teologia da prosperidade" utilizam seus membros como "massa de manobra" para votarem nos candidatos da "igreja".Após eleitos os candidatos ficam descompromissados com a sociedade,são isentos de cobrança porque foram eleitos pelos seu membros ,além de tais candidatos serem representantes dos interesses da "igreja" que os elegeu. Sexto: rádios comerciais e comunitárias,por exemplo,não podem ter programações segmentadas. Por que somente os grupos de comunicação pertencentes a tais "igrejas" podem tê-las? São vinte e quatro horas no ar recrutando futuros fiés e fazendo "propaganda" de supostos milagres. Tudo com o objetivo de arrebanhar mais membros e consequentemente o aumento das ofertas e dízimos.Sétimo: outro dia ouvi um dos "líderes de uma dessas "igrejas" da prosperidade dizendo: " a função social de nossa igreja é enorme. Geramos milhares de empregos". Ora, com tal afirmação o "líder" afirma de forma indireta que sua "igreja" desempenha mais o papel de uma empresa do que de uma "salvadora de almas" sendo assim,deve registrar-se como empresa,não como "igreja" e assim,pagar todos os impostos como toda empresa é obrigada a fazê-lo. Quando consumimos um alimento estragado,estamos colocando em risco nossa saúde física. Os danos que os líderes estragados podem provocar nas vidas podem ter um alcance bem maior: A ETERNIDADE...
Marcos Antonio Vasco Rodrigues. Escreve contos,artigos e crônicas. Professor de Português.Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la,distribuí-la,exibi-la,executá-la desde que seja citado o autor original.Não é permitido fazer uso comercial desta obra...









P.S. Sou cristão,cultivo o hábito da leitura e da oração. Meu ponto de vista é absolutamente independente,resultado de minhas observações,reflexões e leituras.Não tenho,por opção, nenhum cargo eclesiástico em nenhuma denominação religiosa. Também nunca fui membro de nenhuma igreja que adotasse a teologia da prosperidade como doutrina central.Nunca tive nenhum tipo de discussão ou desentendimentos com quaisquer membros destas denominações . Sou democrático e sei conviver com ideias opostas sem ferir ou ser ferido. Apenas quero contribuir com minhas ideias para que se gere um debate respeitoso   e reflexivo sobre a crise por que passam as igrejas cristãs.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010


TEMPO DE COPA: CRÔNICA DA MINHA SAUDADE

O Mundial de Seleções de 1970 foi transmitido em preto e branco. Ainda não havia ,no Brasil,TV em cores. Pela TV,todas as Seleções tinham a mesma cor: preto e branco. Tive que comprar um álbum de figurinhas pra saber as cores de cada equipe. Escolhi como segunda Seleção aquela que tinha as cores do meu time de coração.Mas, ver os jogos pela TV ,ao vivo,já era muita coisa.Contudo havia um problema. Na rua estreita e pequenina em que eu morava só existia uma residência com TV. Nos dias de jogos da Seleção o dono da casa trancava portas e janelas . Somente os amigos mais "chegados" tinham o privilégio de ver os jogadores bem de pertinho,quase com a cara colada à Tv. Para as crianças e adultos apaixonados pela Seleção sobravam as frestas das janelas,das portas e o buraco da fechadura da casa,quando ficava sem a chave. Eu disputava com as outras crianças e alguns adultos a ferro e fogo aqueles benditos e minúsculos espaços. Adorava ouvir o locutor dizer:"qué qué isso,minha gente","É gooool do Brasil" e outras frases que deixavam meu coração de criança batendo dobrado.Eu gostava tanto de ver os jogos que ficar com a cara "pregada" à janela não me incomodava e já marcava no pensamento novo encontro ,naquele mesmo"bat local"para o próximo jogo. "É gooooool... do Brasil". Meu coração abria um sorriso mágico e feliz...

No Mundial de 1974, na Alemanha,eu morava com minha irmã mais velha no centro de Fortaleza,na Avenida Duque de Caxias.Já era adolescente (estava no início)e já havia TV em cores.A praça José de Alencar ficava a três quarteirões dali.Em casa havia TV ,mas em preto e branco. Eu queria ver os jogos da Seleção numa Tv em cores. Nos dias de jogos me deslocava para a centenária praça do teatro.

No centro dela havia dois banheiros públicos e sobre o teto de cada um deles uma TV colorida. Era tudo o que eu queria.A situação era melhor que na Copa de 70.

Havia na época uma Seleção de camisa cor de laranja que era uma sensação,uma magia só.Nenhuma outra equipe apresentava um futebol tão diferente e mágico.Seus atletas eram velozes como o guepardo e astutos como a serpente. Corriam feito cavalo selvagem o campo todo,sem parar. Johanes Cruyff,Neeskens,Krol,Rensenbrik,Rep eram os núcleos da "laranja mecânica",como ficou conhecida a Seleção holandesa. Os craques holandeses não guardavam posição fixa,atacavam e defendiam.Era o chamado Carrossel holandês.Eu só tinha visto a "Laranja" na TV em preto e branco. Vi o carrossel "enfiar" com facilidade 4x0 nos "hermanos"(Argentina).

No dia 03 de julho lá estava eu,na lotada praça pra ver a Holanda jogar contra nossa Seleção. A "Laranja mecânica"vista na TV em cores parecia ser mais encantadora. Suas cores me fizeram aumentar-lhe a simpatia,mas jamais trairia a Seleção canarinho.Troca-se de mulher,mas não de time,dizem por aí.Pelo que já havia visto do Brasil , sabia que não passaríamos pelo carrossel holandês.De qualquer forma, o jogo entre Brasil e Holanda era um choque de cores fortes: laranja e amarelo.Um duelo de uma Seleção revolucionária contra a tradição da Seleção tricampeã,nada mais. Nosso time comandado por Zagalo chegou com dificuldades e dores à segunda fase. Faltavam Pelé,Carlos Alberto,Clodoaldo,Gérson,Tostão,dentre outros craques da Copa de 70.Praticamente,as esperanças estavam nos remanescentes Jairzinho e Rivelino.Senti pena de nossa Seleção e relembrei ali mesmo, na praça, o encanto e a magia da equipe de 70. Senti falta e saudade da alegria do futebol daquela Seleção. Gostaria que aquela espledorosa equipe estivesse ali,frente a frente com a Seleção holandesa,para ensinar-lhe os "quatro cantos da parede(do campo)". Mas eu sabia que isto era impossível. O encanto daquela Seleção pertencia somente ao ano de 1970.Preferia estar com a cara "enfiada" nas frestas da janela pra ver em preto e branco a Seleção jogar a estar à frente de duas TVs em cores para ver a Canarinho levar "um passeio de bola" do carrossel holandês.

.Final de jogo: Laranja 2x0 Amarelo. A Holanda se classificaria com sobras para disputar a final com a Alemanha.Saí triste da praça,pensando por qual seleção torceria na final do Mundial.Sem que minha mente percebesse,meu coração escolheu a Alemanha pra torcer na finalíssima.Mas eu simpatizava "A laranja mecânica" por que torceria pelo futebol frio e racional dos alemães?Meu próprio coração respondeu: -a Holanda eliminou o Brasil da Copa. (coisa de torcedor).

No dia da final da Copa(07 de julho de 1974) lá estava eu em frente à Tv em preto e branco(em casa mesmo) pra torcer como nunca contra a Holanda . Desanimei ao ver os holandeses saírem à frente no placar.Mas percebi que parecia faltar uma banda da "Laranja". O futebol apresentado pelos holandeses naquela partida ,não tinha o mesmo refino e encanto das partidas anteriores.Os alemães ,na final, se mostraram mais aplicados e dispostos,desenvolvendo um futebol frio , racional e produtivo. .De virada,deu Alemanha: 2x1.O futebol-arte se rendia à aplicação ,força e frieza da Seleção alemã. Há uma frase de um cronista e político brasileiro que diz"o primeiro tempo é dos vencedores e o segundo, dos determinados". Essa frase resume bem a final do Mundial de 74. É provável que jamais vejamos novamente o encanto e beleza do futebol da Seleção Brasileira de 1970 e o esplendor e arte proporcionados pelo carrossel holandês em 1974.Porém,elas estarão sempre guardadas no meu relicário de saudades.



Marcos Antonio Vasco Rodrigues. Escreve contos,artigos e crônicas. Professor de Português. Radialista esportivo.Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la,distribuí-la,exibi-la,executá-la desde que seja citado o autor original.Não é permitido fazer uso comercial desta obra...



quarta-feira, 7 de abril de 2010

DIÁLOGO CASUAL

( CONTO )
- Bom dia, moço, pode me dizer onde fica a igreja do Horto? Mário observou dos pés à cabeça, com seu olhar treinado  e atento, a desconhecida que acabara de lhe fazer a pergunta. Ela deveria ter uns vinte e dois anos. Calçava sandálias de couro cru, semelhantes às de São Francisco de Assis. Tinha os cabelos lisos e negros, o rosto comprido, a boca pequena e lábios carnudos. Seus olhos eram grandes e negros como o pecado. Usava uma saia de cambraia que ia até os joelhos e uma blusa “gola polo” que não deixava à mostra a barriga, como ocorre com a maioria das jovens de sua idade.Não usava nenhum tipo de maquiagem. Essa moça se assemelha   ligeiramente a Iracema – a virgem dos lábios de mel – personagem de um dos romances  indianistas de José de Alencar, pensou Mário.
Enquanto seus pensamentos vagavam pelo túnel do tempo foi trazido de volta à realidade por meio de um toque sutil e suave no seu ombro.

- E aí, sabe onde fica a igreja?

- Ah, sim, desculpe.Siga por aquela rua do restaurante dos romeiros-sinalizou com o dedo indicador.No terceiro quarteirão, dobre à esquerda.
- Obrigada, respondeu docemente a jovem.

Mário chegara à praça São Pedro  às sete horas.Havia ido observar a chegada de romeiros que aportavam em Juazeiro do Norte em caminhões pau-de-arara para “pagar suas promessas ao Padim Ciço " Era pesquisador e estava ali para realizar uma pesquisa sobre a religiosidade em Juazeiro, especialmente a dos romeiros.

Naquela manhã, naquele curto espaço de tempo, já pusera os olhos em muitos romeiros e romeiras , todavia a jovem que lhe pedira a informação  chamou-lhe a atenção pela doçura, polidez da fala e por sua beleza física quase exótica. Não demonstrava ser uma romeira “alienada”, daquelas cuja “fé” ultrapassa os limites da razão e do bom senso. Era também extremamente simples, por isso gostava de ambientes e pessoas simples, tal qual a jovem romeira. Vestia calça jeans, dessas mais baratas e camisa de malha.Gostava de usar tênis modelo  "bamba". Aparentava ter uns trinta anos. Usava cabelos à moda Rock Hudson, bigode fino ao estilo Zorro e óculos  redondos ,parecidos com os de John Lennon. Quem o conhecia o caracterizava como observador, introspectivo, de poucas palavras,além de ser dado a leituras.

Como todo ser humano carregava no coração uma tristeza solitária e  alternava momentos de melancolia e alegria. Contudo armazenava no coração da alma um dos bens mais precioso da raça humana: a fé.E gostava de dizer que sua fé tinha direção certa:Cristo.  Enquanto prosseguia em suas reflexões e observações,  avista,caminhando entre os romeiros,uma figura já conhecida vindo em sua direção.

- Olá, ainda  por aqui? Disse a moça ,demonstrando satisfação em revê-lo.

- Ah, sim. Preciso estar por aqui quase o dia todo,observando.(Ele se referia aos romeiros-objeto de sua pesquisa)


- Então, encontrou a igreja?

- Sim, encontrei. É que a missa  só começa às nove. Cheguei na "na metade" da  missa das oito. Retornei aqui pra conversar com você enquanto a próxima celebração não começa.

- Mas por que comigo? Não sou um estranho?

- Mas as outras pessoas também são. É que você foi gentil comigo da primeira vez.

- Tudo bem, meu nome é Mário e o seu?

- Joana, mas pode me chamar de Jô. Disse ela, com um sorriso nos lábios e um brilho no olhar.

Mário começou a sentir-se mais à vontade e perguntou:

- Jô, de antemão, sei que és romeira, mas de onde vens? O que fazes na vida?

- Sou de Arapiraca. Mário tomou um espanto. De Arapiraca?Aquela cidadezinha de Alagoas?

- Sim, por que se espantou?

- Arapiraca não é o lugar onde os três padres da cidade foram afastados por suspeita de pedofilia?

- Sim, Mário, mas os desvios de conduta de alguns padres não comprometem minha fé. Nos sermões da missa sempre ouço os padres dizerem que a igreja é “santa e pecadora”. Em parte concordo com eles. A igreja é o reflexo do ser humano e por isso não está isenta de errar, falhar, provocar dores e feridas. No entanto, penso que isto não dá o direito de a igreja “fechar os olhos” às denúncias de pedofilia no mundo todo. Ela deveria ser a primeira a se interessar pela apuração de tais denúncias e se comprovadas, as pessoas envolvidas deveriam ser excluídas do seio da igreja e responder penalmente por seus crimes e, se necessário,serem encaminhadas para tratamento...
 O rapaz surpreendeu-se com a coerência da resposta da jovem romeira e fez-lhe outra pergunta:

- Você estuda?

- Sim, faço Filosofia na Estadual, estou no último semestre. Por quê? Uma pessoa “culta” não pode ser romeira? -Pode,claro que pode,suspirou Mário.

Não foi por ser romeira que perguntei, mas por sua resposta anterior, completou o jovem pesquisador.

Sou filha de pequenos produtores de cana-de-açúcar– continuou a moça -e o fato de eu cursar Filosofia também não  gera em mim nenhum conflito nem “enfraquece” minha fé. Respeito todas as correntes de pensamento da Filosofia: pré-socráticos, socráticos, existencialistas ateus ou não, dentre outras. Entretanto tenho minha maneira pessoal de ver e analisar o mundo. As concepções de cada pensador representam,geralmente, a verdade de cada um num determinado contexto histórico.Eles não são os donos da verdade.
Mário ouvia atento as explicações da moça e pensou: - ela não é a Língua Portuguesa, mas é “culta e bela”. De sobressalto a jovem olhou para o relógio. Faltavam dez minutos para o início da missa das nove.   Saiu apressadamente, nem se despediu direito. Disse apenas: - tchau, tchau. Mário levantou-se e saiu correndo atrás da moça:

- Ei, espera ai!

- Estou atrasada, me espera lá no banco da praça, quando terminar a missa, passo por lá.

- O jovem abriu  um  sorriso. Ainda bem, pensou .

Voltou então para o banco da praça e continuou  fazendo suas observações e anotações, além de aguardar o retorno de Jô. Dez e meia, onze, doze. Nada de Jô. Ela não retornou, conforme prometera. Seu coração e sua razão começaram a jogar em ritmos diferentes. Um homem experiente como ele, pesquisador- não poderia permitir que seu coração sobrepujasse sua razão,racionalizou. Mesmo assim uma tristeza solitária começou a pavimentar sua alma. Há pessoas que aparecem somente uma vez na história de nossa vida. A jovem romeira seria uma delas? Indagou-se. Sentiu-se tolo por não ter-lhe perguntado seu endereço, seu número de telefone. A voz da consciência sussurrou-lhe aos ouvidos, dizendo-lhe:- vá procurá-la. Ele foi à igreja,porém  estava quase vazia. A missa houvera terminado há mais de duas horas. Viu apenas algumas senhoras com o terço à mão e com os olhos fixos nas" imagens" do altar da igreja de santa Luzia. “Circulou pela  parte externa da  igreja.Percorreu  praças, a  Rodoviária, perguntou aos vendedores de "santo”. nada... Ninguém havia vista essa tal moça.

Eram já quase quatorze horas. Começou a sentir fome. Só então  lembrou-se de que se esquecera de almoçar. Dirigiu-se a um restaurante muito frenquentado pelos romeiros,localizado em frente à pracinha. De lá ,avistava o banquinho onde conversara com a jovem desconhecida. Que saudade dela. Perdera até o ânimo de prosseguir sua pesquisa.

Estava ali em Juazeiro por causa de um trabalho não por um acaso que a vida lhe proporcionara,racionalizou novamente. Todavia  Jô estava eternizada em sua lembrança, gostaria de reencontrá-la muito,para falar-lhe de seus sonhos. Como José do Egito, Mário era também  um sonhador. Passara a vida toda sonhando com uma pessoa semelhante a Jô. Porém, mais uma vez seu sonho fora adiado,só Deus sabe até quando.Após o almoço, voltou à pracinha  para continuar suas observações. Romeiros vindos de todos os estados do Nordeste desciam,cansados, dos caminhões pau-de-arara, mas ainda com disposição para entoar hinos.

Enquanto continuava observando a passagem  dos romeiros, uma voz grave feminina  perguntou-lhe:

- O senhor sabe onde fica a igreja do Horto?

- Não, não sei – respondeu Mário sem olhar para a pessoa que lhe fizera a pergunta. Pelo tom de voz concluiu que  não se tratava de Joana. Apesar da ingratidão da moça(ela prometeu retornar e não retornou),  ela seria guardada como um sonho bom e ele continuaria sonhando seus sonhos.Tinha fé  suficiente para alimentá-los.





Marcos Antonio Vasco Rodrigues,é professor de Língua Portuguesa. Cristão. Escreve contos, artigos e crônicas. Texto publicado em 07/04/2010 Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la,distribuí-la,exibi-la,executá-la desde que seja citado o autor original.Não é permitido fazer uso comercial desta obra...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Na Contramão da Palavra

( ARTIGO DE OPINIÃO )

As idéias que sustentam a doutrina da teologia da prosperidade ou confissão positiva são, no mínimo, controvertidas. Ela foi elaborada a partir de estudos feitos por seu fundador, Essek William Kenyon, sobre o poder da mente e do pensamento positivo. Suas conclusões se juntaram às três citações bíblicas usadas pelos seguidores da doutrina –Gênesis 17,7 - Marcos 11.23,24 e Lucas 11.9,10. (Não são poucos os versículos utilizados para quem se autoproclama evangélico?) e uma revelação que o discípulo de Kenyon, Kennet Hagin, jurou ter recebido pessoalmente de Jesus que  lhe apareceu e disse: -“Hagin, escreva de um a quatro a “fórmula da fé”.(Por que Jesus apareceria a Hagin para negar o que já houvera afirmado nos Evangelhos há mais de dois milênios? )Além dos componentes citados há, ainda, duas outras teorias que ajudaram a compor a doutrina da prosperidade:”“a autoridade espiritual” e “as bênçãos e maldições da Lei”. Todavia, o coração da ideologia acaba sendo mesmo “a fórmula da fé” que é a seguinte:
1) “Diga a coisa” (a pessoa determina e acontece) .Está escrito no livro de Jeremias:"...não é do homem o seu caminho,nem do homem que caminha dirigir os seus passos..."Desta forma, a maioria das coisas que planejamos não ocorrem de acordo com nossos desejos e planos. Podemos determinar em dado momento algo que seja bom aos nossos olhos, mas  futuramente poderá nos trazer más conseqüências , uma vez que não somos oniscientes. Sobre isto  a Palavra não deixa dúvidas ao afirmar no livro
 de Provérbios:"...Há caminho que ao homem parece direito,mas o fim dele são caminhos de morte. Assim, é sempre prudente fazer o que Jesus ensinou:  "...não seja o que Eu quero, mas o que Tu queres..." ou ainda o que Ele nos ensinou na oração do Pai-nosso"...Seja feita a  Tua vontade, assim na terra como no Céu..."Infelizmente, os seguidores da confissão positiva foram aconselhados por um de  seus mestres, Hagin, a não usar esta frase de Jesus,pois segundo ele,enfraquece a fé.Hagin desaconselha,ainda,  o uso  palavras ou frases que demonstrem dependência ou submissão a Deus, tais como  eu rogo,eu suplico,eu imploro.Ao   invés delas sugere que se utilizem expressões com verbos no imperativo,tais como,DETERMINO,ORDENO,DECRETO... e tantos outras já  conhecidas. Está escrito “humilhai-vos na presença de Deus e ele vos exaltará”. Fica claro que Deus quer que nós nos humilhemos com um coração contrito e não que " O encostemos na parede". O salmista afirmou: ...os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado não desprezarás, ó Deus...”
2) “Faça a coisa” (de acordo com sua ação você recebe ou deixa de receber)
 É correto e coerente que lutemos, façamos a coisa certa, todavia, as coisas só acontecem no tempo de Deus... Há um período de tempo para que as coisas aconteçam tanto nas Leis do mundo físico, quanto nas do mundo espiritual. O salmista afirmou: “...Esperei com paciência pela ajuda do Senhor...”
3) “Receba a coisa” (basta que por meio da fé estabeleçamos ligação com o Céu e a coisa será dada)
 Conforme Jesus afirmou:"...seja feita a tua vontade e não a minha..." Assim, as coisas acontecem de acordo com a vontade e o tempo de Deus. A fé não é para se “barganhar”, “conquistar” coisas materiais como fazem os seguidores da teologia da prosperidade, mas para a salvação e o agrado de Deus. Também está escrito “...porque sem fé é impossível agradar a Deus...”; “... porque pela graça sois salvos ,por meio da fé;e isso não vem de vós é dom de Deus..."
4) “Conte a coisa” (os outros precisam saber pra também acreditarem).É bom que se conte a bênção,todavia a publicação da bênção teve ter  por propósito  glorificar e honrar a Deus e não ser usada como instrumento de mercantilização para atrair outros "fiéis" e assim subtrair-lhes em forma de promessas de bênçãos materias em nome de Deus ofertas,dízimos,etc.
Observa-se que,mesmo fazendo uma análise superficial à luz de alguns versículos, a teologia da prosperidade, não resiste ao mais simples argumento bíblico, o que mostra a fragilidade de tal doutrina,porque ela realmente caminha na contramão da Palavra.Jesus fez menção a dois caminhos- o estreito e o largo. O estreito conduz à salvação da alma,mas requer renúncia,ao passo que o caminho largo pode ser representado por tudo aquilo que se apõe aos ensinamentos do Mestre,como é o caso da "confissão positiva",que promove uma luta desenfreada pela prosperidade material,usando inclusive,o nome de Jesus e os três versículos já citados para alcançar seus objetivos,dando uma dimensão praticamente material à existência humana. Precisamos,sim,de bênçãos materiais e de saúde,porém isto são conquistas que se limitam à vida terrestre.E quando morrermos? A esse respeito,Jesus foi enfático:"...louco,quando pedirem a tua alma,o que tu tens para quem será?..." Portanto,direcionar a vida somente pelo lado material,é no mínimo,uma tolice.
Na Idade Média,a religião oficial era detentora dos poderes político,econômico e religioso. Pena que alguns grupos religiosos ,surgidos a partir dos anos 1970, tenham retroagido na História e  trazido de volta práticas condenáveis,como a mercantilização da fé..Talvez pensem que Deus está indiferente a tudo o que ocorre no planeta... Claro que não. Ele está absolutamente vivo e no tempo certo,tal como ocorreu ,por exemplo,com o Império Romano(demorou 400 anos pra cair,mas caiu),o Nazismo,o Marxismo-Leninismo e tantas outras  ideologias ou práticas que surgiram para "atrasar" a Providência e que  caminham na contramão da Palavra,também cairão.É só uma questão de tempo...


Marcos Antonio Vasco Rodrigues,é professor de Língua Portuguesa. Cristão. Escreve contos, artigos e crônicas. Texto publicado em 25/02/2010 Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la,distribuí-la,exibi-la,executá-la desde que seja citado o autor original.Não é permitido fazer uso comercial desta obra...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Sinto muito, mas preciso falar

NA LIXEIRA DA HISTÓRIA,FUTURAMENTE...

(ARTIGO DE OPINIÃO)

Essek W. Kenyon e Kennet Hagin, norte-americanos, criador e divulgador, respectivamente, da teologia da prosperidade nas décadas iniciais do XX, contribuíram de forma ostensiva para desvirtuar os propósitos do Evangelho. Todos nós temos enormes dívidas com o Céu,porém a desses cidadãos são imensuráveis, pois indiretamente foram aliados da sociedade de consumo que privilegia "O TER AO INVÉS DO SER",além de contribuírem para retardar a Providência celeste. Seus danos podem ser comparados aos trazidos pelo Materialismo Histórico e Dialético de Marx e Engels, inimigos de Deus e de Cristo,por isso a Teoria Marxista está praticamente "enterrada" no lixo da História. A teologia da prosperidade sustenta que o sucesso econômico é confirmação da bênção de Deus e que a miséria e pobreza material é resultado da maldição e do pecado.
Sob esse ponto de vista, então podemos afirmar que Jesus era humilde e pobre materialmente porque não tinha a bênção de Deus e era pecador?E mais: o que dizer de seus ensinamentos e práticas que eram 360 graus ao contrário da doutrina da teoria da prosperidade? Além dos diversos problemas sociais trazidos por tal teoria, tais como concentração de renda, desigualdade social, há um outro mais grave: o de natureza espiritual, porque seus seguidores são privados de conhecer qual é o principal propósito de suas vidas que é, justamente, direcionar o curto tempo de existência que ainda lhes restam para se prepararem para uma vida sem fim: a vida eterna. Por isso,o escritor do livro de Hebreus afirmou : "...segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor...". Por isso, também, afirmou Jesus: "...buscai em primeiro lugar o Reino dos Céus..."
Olhando e analisando o estilo de vida dos grandes campeões de Deus – Jesus,(o maior de todos) Paulo, Moisés e tantos outros percebe-se, sem muito esforço, que suas vidas foram marcadas pela simplicidade, desapego material, renúncia, preocupação com a vida espiritual, santificação, sacrifício pelo próximo, vidas carregadas de aflições e dificuldades, ou seja, é o oposto daquilo que sustenta a teoria da prosperidade.O capítulo 11 do livro de Hebreus, versículos 36 a 38, caracteriza bem como era o modo de vida desses campeões:"...Homens que experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões, foram apedrejados,serrados,tentados,mortos a fio da espada;andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras,desamparados,aflitos e maltratados (HOMENS DOS QUAIS O MUNDO NÃO ERA DIGNO), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra..."
Por viverem tal tipo de existência foram dignos de serem chamados apóstolos, profetas, bispos, etc. Assim, a teoria da prosperidade trouxe um outro problema: a desvalorização e a banalização desses títulos. Não há em nenhum aspecto como comparar as pessoas que passam a se autoproclamar “apóstolos”, “bispos”, etc. Com os campeões de Deus. Os “bispos” e “apóstolos” modernos têm apreço pela riqueza material, a hotéis cinco estrelas, a viajar em jatinho particular, a confiarem no braço de seus seguranças, ao invés do braço de Deus. "...uns confiam em carros, e outros,em cavalos,mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus...", escreveu o salmista. Vivem a pregar a transitoriedade da vida, o luxo, a ostentação... utilizam o nome de Jesus e versículos descontextualizados para alcançar seus objetivos.
Pergunta-se: Há algum mal em ser rico? Não,(desde que a riqueza seja conquistada de forma honesta,sem exploração de mão-de-obra,sonegação de impostos,exploração mercantil da fé e outros ilícitos) do mesmo modo que não há nenhum mal em ser pobre materialmente. Os campeões de Deus, especialmente Jesus, não levam em conta a questão da pobreza material, mas sim a pobreza espiritual. Deus não está preocupado com a riqueza material, porque toda riqueza LHE pertence. Por isso, ele prioriza a questão da salvação da alma,ou seja,primeiro o Céu depois a Terra.Além disso,a riqueza não nos dá nenhuma garantia de felicidade. Jesus foi taxativo"...de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma...?"No entanto, É bom que sejamos ricos materialmente,embora Jesus não tenha feito nenhuma citação priorizando a riqueza material. os Evangelhos e Jesus mostram claramente que a riqueza espiritual deve prevalecer sobre a material.Seria bem que se tivesse as duas,sem alterar a ordem:..."em primeiro lugar o Reino do Céu..."

A História tem mostrado que todas as ideologias,religiosas ou não, que têm surgido para obstacular o avanço da Providência,mais cedo ou mais tarde sucumbirão (a menos que se adequem aos padrões de Cristo) e irão parar na lixeira da História..

Marcos Antonio Vasco Rodrigues,é professor de Língua Portuguesa. Cristão. Escreve textos,artigos e crônicas. Texto publicado em 17/02/2010 Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la,distribuí-la,exibi-la,executá-la desde que seja citado o autor original.Não é permitido fazer uso comercial desta obra...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sinto muito, mas preciso falar

Último Encontro

Com frequência meu coração amanhece exalando um intenso desejo de encontrar um lugar tranquilo onde eu possa olhar para o céu, o mar e ficar interagindo com a natureza. Minha alma me traz à lembrança um local que considero exótico e belo desde criança: A Ponte Metálica, conhecida como a Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema .Ela é especial. Desde pequenininho eu a visitava em sua solidão, de manhãzinha, quando os banhistas ainda não tinham chegado pra tirar o sossego da ponte e da praia. Em minha última visita, numa bela manhã de dezembro, fiquei cara a cara com o mar. Sentei-me sobre a gélida areia, ainda intocada àquela hora da manhã. Olhei o horizonte, lá longe, quantos mistérios... Como eu gostaria de desvendá-los! As ondas beijavam suavemente a areia como se quisesse acariciá-la. Sob a ação de todo aquele ambiente deslumbrante, pensamentos novos tomaram de conta da mente da minha alma. Pensei no último encontro de nossas vidas. Qual seria?Seria com o precioso Amor com o qual sempre sonhamos e nunca o alcançamos? Não,infelizmentre não é. É com algo que sempre nos traz medo e incertezas,pois sabemos que não estamos preparados para esse nosso último encontro. Jesus falando sobre a necessidade de preparação para a vida após esse último encontro disse:- “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?"
Concluiu-se que tudo pelo qual lutamos a vida toda: sucesso profissional, reconhecimento, graduação, poder, riquezas e outras coisas que julgamos indispensáveis ficam restritas ao mundo temporal, físico. Vida de qualidade após a fronteira da morte requer “ensinamentos” do Céu. O máximo que conseguimos viver são oitenta ou noventa anos,isto se tivermos saúde física e psicológica,daí a preocupação do Mestre em conscientizar as pessoas sobre a urgente necessidade desta preparação,aliás todo o seu Ministério foi centrado nesse objetivo.Tudo fica mais grave quando percebemos que o último encontro não é marcado por nós e não podemos modificar a rota desse encontro inevitável. Bem que eu gostaria de ser eterno aqui mesmo, neste sofrido e pequenino planetinha azul, como o céu e o mar que meus olhos agora perscrutam, mas não posso. Ninguém pode. Só há uma saída: investir, aqui mesmo na Terra, na vida após a morte, assim, o último encontro de nossa vida deixará de ser medonho e doloroso.
Ouço gritos. Já passam das oito. Os banhistas começam a chegar, quebrando o silêncio do lugar. O sol já “está alto”. Imerso em meus pensamentos em nem houvera percebido a chegada dele.
Antes do meu último encontro,(que não sei quando ocorrerá) preciso marcar outros encontros com a natureza. Preciso aproveitar o curto espaço de tempo que tenho por aqui, naTerra, pois a visitamos apenas uma vez. E por pouco tempo..
Marcos Antonio Vasco Rodrigues.Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 19/01/2010