segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sinto muito, mas preciso falar...

PONHA ESSA ÚNICA CERTEZA NA SUA VIDA...
“Quem ensinar os homens a morrer, os ensinará a viver”.Montaigne, escritor e ensaísta francês da segunda metade do século XVI,conseguiu enxergar através do coração da inspiração e produziu estas sábias palavras.Na verdade, a maioria das pessoas vivem como se nunca fossem morrer. Fazem planos para tudo. Investem esforços e sacrifícios para realizarem seus sonhos de consumo e bem-estar físico. Investem na melhoria da aparência física, até aí nada mal. A busca pelo bem-estar e pela beleza faz parte da natureza humana. O problema é que esquecem ou evitam investir na vida espiritual. Quando a morte vem buscá-las, encontram-nas completamente despreparadas para uma viagem sem retorno.A preocupação com a morte e com a vida pós-morte devem ser uma das prioridades dos homens. O problema é que a maioria deles evita falar sobre o assunto.Assim, a chegada da morte fica terrivelmente dolorosa para quem vai e para quem fica. O fim da vida física deve ser encarada como uma realidade irreversível. Precisa fazer parte de nossas reflexões diárias, de nossas conversas, isto a tornaria mais aceitável. Infelizmente, a maioria dos homens foge dessas reflexões e fixa seus pensamentos e atitudes na cultura que a sociedade,desprovida de valores, constrói para eles. E assim, acabam colocando o trivial sobre o essencial, sem se darem conta disso.INSISTO.A morte precisa ocupar um lugar na nossa agenda. Precisamos reconstruir nossos valores . Nossa visão sobre ela precisa de um novo enfoque.Cristo tem a resposta para este problema. Vejamos qual o conceito dele sobre vida e morte.Certa vez, sob um sol rigoroso, ele caminhava por uma estrada poeirenta e cheia de pedregulhos, encontrou um homem a quem convidou para segui-LO. Disse: - “Vem e Segue-me”. – “Deixa primeiro eu enterrar meu pai”, respondeu o rapaz. Jesus olhou no rosto do moço, desfigurado pela dor da perda, e de pronto disse – “Deixai aos mortos, enterrar seus mortos”.Podemos deduzir pela resposta de Cristo que, estando separados da comunhão com Deus, as pessoas vivas fisicamente, podem ser consideradas mortas. Em outras palavras é um defunto com vida. Assim, o pai do homem estava morto duas vezes: Física e espiritualmente, segundo o próprio Jesus.Há um outro conteúdo, no mínimo “intrigante” na resposta de Cristo. É estranho que alguém mande uma pessoa abandonar o enterro do próprio pai para segui-LO. Mas vendo pelos olhos do espírito, é plenamente compreensível. Ele queria dizer –“Segue-me e ajuda-me a evitar que outras pessoas cruzem a fronteira da morte morto duas vezes como teu pai. “Está morto mesmo, alguém o enterrará ,não perca tempo”.Portanto ,os homens precisam levar a sério o conteúdo do ensinamento de Jesus sobre a vida e a morte. Precisa incorporar também, a visão simples e prática do Mestre sobre a expiração da vida física. A preocupação central de Jesus durante seu Ministério terreno era com a salvação da alma e com o bem-estar de suas vidas no mundo espiritual. Teria Jesus sido tolo em demonstrar tanta preocupação com este tema ou seriam tolos os homens ,que teimam em não colocar a morte como a única certeza de suas vidas?
Marcos Antonio Vasco Rodrigues
Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 29/06/09

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sinto muito, mas preciso falar

Não tenho fé suficiente para ser ateu...

Na sociedade ocidental a palavra ateu significa simplesmente a descrença em Deus. Confesso que até admiro ateus, não por seu ateísmo, mas por terem fé o suficiente para não acreditarem em Deus. Para se declarar ateu é preciso ter muita fé, e bote fé nisso. Eu teria que abrir mão de uma série de obviedades.Inclusive, negar a lei elementar da ciência: a de causa e efeito e ignorar a existência de Jesus histórico (não falo nem do Jesus bíblico), só para citar duas obviedades. Imagine ter que admitir que algo pode vir a existir sem que alguém o tenha edificado, construído, produzido? Confesso honestamente: Não tenho conteúdo, nem fé suficiente para ser ateu. Vendo um Site especializado em ateísmo, li uma lista de pessoas “famosas” de A a Z que se declararam atéias. Até Albert Einstein, cientista que descobriu a Lei da Relatividade aparece na relação como ateu. Einstein, judeu, é autor da famosa frase: “A ciência sem a religião é paralitica, a religião sem a ciência é cega”. A lista relaciona todas as “celebridades” de todas as áreas do conhecimento humano através da História,declaradamente ateus,segundo o Site.É como se os autores da Página quisessem dizer “ Veja, os maiores gênios são ateus. Só os bobos creem em Deus.” Mas, seria isto verdade? Alguém poderia ser extremamente sábio para assimilar conhecimentos extremamente complexos, mas extremamente tolo e rude para assimilar e compreender eventos extremamente simples. O fato de alguém ser um cientista respeitado e famoso ou um ateu que desenvolve uma linha de argumentação aparentemente coerente, não significa dizer que estejam corretos. Afinal, já foi dito por Shakespeare: "há muito mais coisas entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia possa imaginar". Além do mais, qual a utilidade prática de ser ateu? Isto me fará mais feliz? Sofrerei menos? Deixarei de ter conflitos existenciais? Deixarei de ser pó e cinza? As coisas como são, serão alteradas por causa do meu ateísmo? Contribui para eu ser menos revoltado, menos amargo? Enfim, meu ateísmo está colaborando para um mundo de paz e fraternidade entre as pessoas? Ou tenho que estar fazendo esforços insanos para negar o óbvio? Lembrei de Charles Darwin. Ele era um crente fervoroso que estava se preparando para ser pastor anglicano. Ele tinha 22 anos quando embarcou no BEAGLE ,um veleiro da marinha inglesa. Essa viagem deixou Darwin famoso para o mundo, mas em dívida com o Céu. No seu livro" A Origem das Espécies” ele afirma: “ O mundo não foi criado por ninguém...” “ todos os grupos, inclusive, plantas e microorganismos conduzem a uma única origem da vida na terra – A ameba original”. Com estas afirmações Darwin excluiu a possibilidade de um Ser Criador. Não foi forte o suficiente para acrescentar :“-Mas por trás de todo o processo evolutivo, há uma Mão divina conduzindo esse desenvolvimento”Talvez, eu até gostasse de ser ateu, no entanto, as obviedades não permitem e minha fé é tão pouquinha para isso...


Marcos Antonio Vasco Rodrigues.
Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 21/06/09

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sinto muito, mas preciso falar

PÓ E CINZA, APENAS...
São lugares sombrios, fúnebres. Há, neles, uma atmosfera de sofrida melancolia e doída solidão,mas são também lugares de igualdade onde todos os que vão ali ,independentemente, de sua condição sócio-econômica vão para lamentar e chorar. Poucas pessoas escolhem locais assim para visitar. Nesses lugares a boca insaciável da terra se abre continuamente para tragar com a mais absoluta naturalidade corpos humanos, como um predador faminto devora sua presa. Ela é indiferente aos gritos de oh! meu Deus, e às lágrimas de dor e perda de parentes e amigos que lamentam o fim do ciclo de seus entes queridos.Se o coração da terra falasse, talvez até dissesse: - Aqui é um lugar de democracia, de igualdade. Quem fica lamenta e chora; quem vai, vira pó e cinza.Dediquei um dia de minhas férias para visitar cemitérios de pobres e ricos. Queria sentir na pele, nos olhos e no coração a veracidade da Verdade revelada. “ ...Porque és pó e ao pó te tornarás...” ou “... Não sabeis que és pobre , desgraçado e nu...?Realmente, somos pó em estado sólido, que a qualquer momento pode se dissolver e voltar ao ventre da terra. O profeta Isaías falou sobre isso, dizendo “... toda a carne é erva e toda sua beleza como as flores do campo. Seca-se a erva e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor, na verdade o povo é erva...”.Por que não fazer visitas periódicas a cemitérios e Uti’s?Eles nos levariam a refletir sobre a tolice do orgulho e da avareza. A futilidade da busca da fama. Nesses ambientes os mais exaltados sentimentos se curvam. O orgulho é humilhado; o poder, o prestigio se tornam impotentes e a exaltação cai de joelhos. Os cemitérios são locaisl em que a força da morte ri dos incautos. Mas isto ocorre apenas com os tolos, aqueles que dão uma dimensão puramente material à sua vida e se esquecem de que são pó e cinza, erva.Os que dão uma amplitude eterna à sua existência, sabem que aquele momento é apenas o cumprimento da Palavra em suas vidas. Para estes, o choro é menos doído, a perda menos traumática.Jesus foi enfático com aqueles que se preocupam apenas com o mundo material: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajunteis tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver vosso tesouro, aí estará também vosso coração. ”Na verdade, a diferença dos cemitérios (públicos) de pobres para os cemitérios onde são enterradas pessoas ricas é apenas externa.Nos cemitérios públicos as pessoas eram, em sua maioria, muito simples. Vi em seus rostos as dificuldades do dia-dia. Era um povo sofrido pela vida de dores que levavam e ,agora no cemitério, pelas dores da perda. As duas dores se fundiam deixando-as curvadas por dentro e por fora. Então lembrei de Jesus “ diz a Bíblia que Ele era um homem experimentado na dor e no sofrimento” “ homem de dores” . lembrei de sua túnica surrada, suas humildes sandálias gastas pelas longas caminhadas. Sua pobreza material. No aspecto externo, eu vi a semelhança entre as pessoas dos cemitérios pobres e a pessoa de Jesus.Mas em todos os cemitérios a cena era a mesma - lágrimas, dor, perda. O destino de todos era um só – O VENTRE DA TERRA, QUE OS TRANSFORMARIAM EM PÓ E CINZA.

Marcos Antonio Vasco Rodrigues.
Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 11/06/09

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Sinto muito, mas preciso falar...

PRÓXIMO AO CORAÇÃO DO CÉU


Meu coração e meus olhos sempre foram atraídos por eles. Desde criança sempre tive um caso de amor com os montes. Nasci numa cidadezinha do interior cercada de pequenas montanhas. Eu não resistia ao fascínio que elas produziam em mim. Meu coração de criança só sossegava quando escalava um deles e ficava observando lá de cima a placidez da minúscula cidade . Às vezes, envolta numa bruma de mistério e encanto. O vento tocava levemente meus cabelos cor de sonho e meu coração infantil ficava perto do coração do céu. Ah! Eu era feliz nesses momentos. Eu tinha vontade de levar o monte para minha casa. Só para mim. Ah! Como eu queria...O certo é que esse ambiente montês e esse clima de transcendência ficaram eternizados no âmago da minha alma.Na cidade, é só agitação, correria... em meio à multidão agitada eu me sinto como um arbusto solitário, e pela mente do pensamento, retorno ao meu tempo de infância. Eu ficava solitário no topo do monte, mas não me sentia solitário.O que há com os montes? Por que Deus os escolheu para serem palcos dos principais eventos da Providência? Estariam eles mais distantes das futilidades, da degradação e da corrupção das partes baixas? Estariam mais próximos do sincero coração do Céu? Certamente. Provavelmente, Deus os tenha escolhido como anfitriões dos maiores eventos de Sua Providência.O pioneiro Moisés recebeu de Deus os Dez Mandamentos no monte Sinai, e viu a sarça ardente ardendo incessantemente. Os Israelitas, vindos da escravidão do Egito, acamparam no sopé desse Monte sagrado por onze meses. O profeta Elias, também, conheceu a generosidade e o acolhimento desse local, quando fugia da rainha má Jezabel, que ameaçava matá-lo.Porém, o Sinai é também um local de dor e amargura para Deus. No coração da montanha os Israelitas construíram o bezerro de ouro, manchando a sacralidade desse ambiente celeste.O Moriá é um outro Monte providencial. Ali, Deus ordenou a Abraão que oferecesse Isaque em sacrifício. Já o Monte Sião passou a ser considerado como a Cidade de Deus, a Cidade do Grande Rei, o Monte Santo. Um local de adoração e louvor onde habita o Senhor. Nesse monte, Davi construiu sua casa. Nesse monte, Davi foi sepultado.Mas, apesar de toda História, todo misticismo, simbologia e transcendência dos locais citados, o monte mais significativo para o Cristianismo é o das Oliveiras. Segundo os Evangelhos, nesse monte, Jesus ascendeu aos Céus.Somente na idade adulta, em que ultrapasso a idade em que Moisés foi chamado por Deus para a missão de libertador, é que vim compreender toda essa atmosfera transcendental, todo o clima de paz e serenidade produzido pelos montes. Eles foram escolhidos por Deus como um local onde a gente pode ficar mais perto do coração dEle. Por isso, toda essa saudade que persiste em ser minha companheira. É que por meio do coração do monte, meu coração ficava mais perto do coração do Céu.

Marcos Antonio Vasco Rodrigues.

Esta obra está registrada e licenciada. Você pode copiá-la, distribuí-la, exibi-la, executá-la desde que seja citado o autor original. Não é permitido fazer uso comercial desta obra.Publicado em: 31/05/2009