quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

SINTO MUITO, MAS PRECISO FALAR

A FRAGILIDADE DA RIQUEZA


Acordou cedinho. Foi ao banheiro, tomou seu banho matinal, escovou os dentes, penteou os cabelos, perfumou-se. Sentou-se à mesa e tomou seu café preparado por seus súditos.
Em sua mansão ele tinha onze empregados, que o tratavam como rei. Externamente aquele homem demonstrava, como sempre, firmeza e vigor, apesar de seus 65 anos. Todavia, internamente ,ele estava arrasado, deprimido, amargurado. Em seguida, dirigiu-se à linha do trem e deitou-se sobre os trilhos.
Já sabia a hora em que o trem passaria. Em poucos segundos, milhares de toneladas de ferro passaram sobre seu corpo deixando-o irreconhecível. Quem praticou esse ato extremo não foi um mendigo, um homem traído pela amada nem tampouco um desempregado. A fortuna desse homem segundo a revista ‘Forbes’ está avaliada em mais de US$ 9,2 bilhões e suas empresas empregam mais de cem mil trabalhadores. Mesmo com prejuízo de US$ 1,5 bilhão, por causa da crise financeira internacional, Adolf Merckle ainda estaria na lista dos homens mais ricos do mundo.
Nada melhor do que a vida desse coitado homem para demonstrar a inutilidade das riquezas diante das crises existenciais (espirituais). Adolf tinha dinheiro sobrando, prestígio, influência, família. Aos olhos do mundo era o modelo de pessoa bem sucedida. Quem poderia imaginar que um homem assim estivesse tão debilitado a ponto de tentar contra a própria vida?
“De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro...?” ou “Onde estiver o tesouro do homem aí estará seu coração...”, disse Jesus.
Diariamente, na ida ou na volta ao trabalho, deparo-me com várias pessoas que têm como teto apenas o céu azul. Dormem nas calçadas, não têm onde reclinar a cabeça, utilizam papelões como lençol, todavia creio que elas não pensam em praticar suicídio.
Obviamente, a vida que levam é uma tragédia, mas pelo menos não tiram a própria vida, isto é importante porque enquanto vivos, há a possibilidade e esperança de alguma mudança, principalmente, no aspecto espiritual de suas vidas. Do ponto de vista de suportar as agruras, as perdas (família, esperança...) tais mendigos são superiores aos bilionários que não resistem, às vezes, a pequenas perdas e se matam por causa de pequenos prejuízos. (Pequenos em relação ao que possuem).
Do exemplo desse homem podemos chegar a algumas conclusões – bens materiais, prestígio, poder não satisfazem necessidades espirituais. “O que é da terra é da terra, o que é do céu é do céu...” disse Jesus. A riqueza, o poder não devem ser o foco, o alvo principal do ser humano, eles devem vir em segundo plano como complemento. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus...” disse Jesus. “E que sozinho, independente do que somos ou temos, sem a ajuda de Deus ninguém resiste às crises existenciais (espirituais).



Marcos Antonio Vasco Rodrigues
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Publicado em: 18/02/2009
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Um comentário:

Guerrilheiro das Palavras disse...

Verdade que aonde estiver o vosso tesouro aí estará o vosso coração. É lamentável o suicídio. Não se encontra mais solução e saída, a agonia da depressão congela nossas veias e perturbam o entendimento.