quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

SINTO MUITO, MAS PRECISO FALAR

Beijar é Perigoso

-“Ontem (sexta-feira) eu beijei dezoito, hoje até agora (20h) eu já beijei seis”, respondeu, muito empolgado, um jovem folião a um repórter de um telejornal que lhe perguntara quantas mulheres já havia beijado desde o início do carnaval.
Como tantos outros costumes, o beijo na boca também foi banalizado. Beija-se por beijar, para fazer número. Já que os números são frios, que o beijo, também, seja frio, insosso, insípido, de modo que não alcance o coração da alma.
Não faz tanto tempo, o beijo na boca era demonstração de forte afetividade e até de compromisso. Somente havia beijo na boca se houvesse reciprocidade afetiva entre o casal. Beijar na boca era como dizer: “eu te aceito”, “eu gosto de você”. Assim, o beijo gerava mistério, encanto, ia-se às nuvens. Passava-se a semana toda com o sabor do beijo e a lembrança da pessoa amada. Era com ansiedade que se aguardava a chegada do sábado e do domingo para ir à casa da namorada para renovar os beijos, porque o próprio tempo trabalhava como elemento de valorização do beijo. Havia até uma frase – “beijo na testa é carinho, beijo no rosto é respeito, beijo na boca é amor”.
Beijar na boca era algo tão sério que não se beijava na frente dos pais, raramente alguém se beijava em público. Creio que os meios de comunicação, principalmente a televisão, têm uma grande parcela de culpa na banalização não só do beijo, mas também da sexualidade, especialmente entre os jovens.
“... Fostes chamados à liberdade; porém, não useis da liberdade para dar ocasião à carne...” advertiu o apóstolo Paulo, há tempos.
Há, ainda, um outro problema grave envolvendo o beijo. Segundo um médico que escreve artigos em um site sobre saúde, “o beijo na boca pode transmitir várias doenças, inclusive, as sexualmente transmissíveis. As pessoas trocam saliva, sais minerais e uma grande quantidade de microorganismos, muitos deles causadores de doenças tais como - cárie, gengivite, faringite, laringite, herpes labial, mononucleose, hepatite A e B, HPV, uretrite, candidíase, gripe, tuberculose, sífilis e gonorréia. Se o beijo acontece entre duas pessoas que apresentam sangramento na gengiva ou qualquer ferimento na boca, o HIV pode penetrar na corrente sanguínea”.
Já que não é possível saber pela aparência,- pois quem vê cara, não vê doença - quem está sadio ou não, penso que a melhor receita é ser fiel a uma só boca. Assim, caso se venha a contrair alguma doença por meio dessa boca, nossa consciência de pronto fará a seguinte defesa -“ pelo menos eu ‘peguei’ essa doença de uma pessoa de que gosto!






Marcos Antonio Vasco Rodrigues
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Publicado em: 25/02/2009
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Um comentário:

Estênio disse...

Caro irmão em Cristo e amigo, Marcão:
Tenho acompanhado através da imprensa esse fenômeno que tem dominado, de certa forma, as atitudes joviais praticadas ultimamente. A quem seria imputado uma provável culpa? Aos pais? Aos responsáveis pela educação? Ao governo? À impunidade (no caso de outros fatores)? Sabemos que o nosso tempo é agora. Não cabe mais se falar "no meu tempo...", mas, você há de convir comigo: mudou muita coisa. Não se pede mais aos pais "posso ir?". Só resta-lhes dizer:"cuidado, filha ou filho". A irreverência tomou um rumo desenfreado, acelerado. As leis protegem de certa maneira aqueles que a infringem e, sendo assim, adentramos um caos em forma de túnel infinito, caso não seja tomado providência inerente. Qual será o futuro da nossa nação?