quarta-feira, 4 de março de 2009

SINTO MUITO, MAS PRECISO FALAR

Solidão: Dor que não poupa a ninguém


Desde que nascemos estamos destinados a vagar pelas fronteiras da solidão. Não me refiro a essa solidão de estar em local desabitado e ermo, mas à solidão interior, essa insatisfação sentimental e emocional que afeta o nosso coração.
Vendo um pouco a História da arte e as obras de alguns autores importantes das artes plásticas, literatura, música, pintura e teatro, percebi que os autores projetaram sua solidão naquilo que produziam, talvez “até sem se darem conta disso”. Senão vejamos:
Goethe, um dos mais importantes escritores alemães, parece ter manifestado sua solidão na pele dos personagens Werther e Carlota no romance “ Os Sofrimentos do Jovem Wether”. Goethe narra a história de uma paixão desenfreada do jovem por Carlota, uma senhora casada. Werther não conseguindo realizar seu sonho, deixa levar-se pela agonia e se suicida.
Outra história parecida com a de Goethe é a peça produzida por Shakespeare, o maior escritor Inglês. A peça narra a história de dois jovens apaixonados - Romeu e Julieta - que não podem matar a solidão de seus corações por pertencerem a famílias inimigas. Teriam tais autores tido o desejo de mostrar a inviabilidade de se satisfazer os desejos de nossos corações, embora haja conteúdos para isto? Não sei.
Lembra do Pierrô? Pois bem, esse personagem apresentava como características a ingenuidade e o sentimentalismo. Mesmo ingênuo, a solidão habitava a sala de seu coração. Ele suspirava de paixão por Colombina. Mas havia um problema: o coração da Colombina já pulsava por Arlequim um espertalhão preguiçoso e insolente. Pierrô amava a Colombina que amava Arlequim que não amava ninguém. Resultado: três corações solitários. Pode-se, ainda, observar dramaticidade e agonia projetadas nas pinturas de Velázquez, Caravaggio, Goya. A solidão de seus corações foi pintada, também, ali.
Poetas do Romantismo brasileiro como Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo e Junqueira Freire, apesar de terem mergulhado fundo na valorização dos sentimentos não encontraram lenitivo para a solidão de seus corações. Pelo contrário, tornaram-se mais melancólicos e pessimistas. Nem mesmo a utilização da poesia como forma de extravasar seus dramas existenciais amenizou a solidão de seus corações.
Os poetas barrocos investiram seu esforço e criatividade para tornarem “ amigas” forças inimigas – alegria x tristeza, pureza x pecado, Deus x diabo. Por acaso, a água se une ao óleo?Jesus lhes teria dito - “ As trevas não se unem à luz”.
Renato Russo, considerado o maior compositor do rock brasileiro, apesar de amado e aplaudido por milhões de admiradores, parece não ter encontrado conteúdo suficiente para amenizar a solidão de seu inquieto coração. As letras de suas músicas mostram isto, claramente. Definhou precocemente, aos 36 anos, de forma trágica. Sem se falar em Elvis Presley e tantos outros que tiveram destinos semelhantes.
É! Nosso coração (alma) – parece dispor de um detector de falsos conteúdos – não se deixa enganar por aplausos, racionalismos, fama, riquezas e, sufocado, REAGE. O que ele quer realmente? Bem, não tenho a receita. Fui produzido com a mesma “fôrma” dos outros ”HOMO SAPIENS”, por isso enfrento os mesmos problemas.
Agora mesmo, no momento em que estou escrevendo este texto, uma solidão doída veio a galope e bateu à aporta do meu coração. Com que armas me defenderei? Seguirei o conselho de um humilde pastor de ovelhas, que depois se tornou poeta, rei, estrategista de guerra e, principalmente, servo do “Ego Sum” (EU SOU) - Deus amoroso e fiel. Davi afirmou em um dos seus momentos de amarga tribulação.” Deus é o nosso refúgio e fortaleza socorro bem presente na angústia”. COM LICENÇA, VOU CONVERSAR COM DEUS.

Professor Marcos Antonio Vasco Rodrigues
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Publicado em: 04/03/2009
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3 comentários:

Guerrilheiro das Palavras disse...

Solidão que nos acompanha, nos assombra, nos cobre, nos acalenta. Devemos nos cercar de boas energias, manter o pensamento positivo, cultivar amizades sadias e procurar fazer o bem. Esses gestos fulminam a solidão.

Unknown disse...

esse texto falou no profundo da minha alma!
porque já me senti assim,sozinha, mesmo estando no meio de tantas pessoas,e nos momentos de solidão,o melhor mesmo, é ir falar com Deus...ele nos compreende...

Estênio disse...

Solidão é uma palavra forte,imponente. Acho até perigosa, pois influenciar, dominar. É preciso ser mais forte do que energia negativa que ela transmite. Não podemos nos deixar levar por uma sugestão dessas. Rejeite, imponha-se e não aceite. A solidão pode levar à depressão e consequentemente ao perigo da vulnerabilidade.