quinta-feira, 26 de março de 2009

Sinto muito, mas preciso falar

A TRAIÇÃO DO CORAÇÃO

Ela habita o vale profundo do nosso coração. É sutil e tem sob controle a maioria de nós. É arredia e indomável como um cavalo selvagem.
Quem está sob seu domínio faz um esforço enorme para contê-la. São usados como recursos de defesa os argumentos, as justificativas e a razão. Mas não tem jeito. Ela vence os mais sinceros esforços, porque conhece “de cor e salteado” as fraquezas de suas vítimas.
Nem mesmo O Rei Davi, personagem bíblico proeminente e “homem segundo coração de Deus”, conseguiu safar-se de seus tentáculos. Os Faróis (olhos) do corpo de Davi contemplaram o corpo escultural e a beleza estonteante de Bet-Sabat. O Rei não resistiu e a traição traiu o coração do homem de Deus.
Aliás, nossos olhos são uma de suas principais parceiras. Eles fornecem informações e elementos de vitalidade para sua ação e existência. A expressão popular “o coração sente aquilo que os olhos veem”, de certa forma, é verdadeira, embora os olhos sejam apenas um dos nossos sentidos.
Jesus foi incisivo e enfático ao falar sobre a traição do coração “porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela”.
Portanto, o Mestre amplia o conceito de traição. Para o mundo material só há traição quando existe a conjunção carnal. Mas para o Mundo Eterno não é assim. O simples ato de desejar já se configura traição. A intenção também.
Pode-se viver a vida toda com uma pessoa sem nunca traí-la fisicamente ou ser traído, mas caso tenha existido sentimentos de desejo, “fantasia” no coração dessa pessoa por outros parceiros, do ponto de vista do eterno, já houve a traição do coração.
A Historia humana é rica em exemplos de traições que se iniciaram no coração e se materializaram gerando problemas. Cleópatra, rainha do antigo Egito, envolveu-se com Marco Antonio, imperador romano. Seu envolvimento com ele contribuiu para a queda de seu império.
O maior império que a Historia já conheceu teve como umas das causas de seu declínio as traições entre cônjuges da elite dominante do império. Outro exemplo é o caso de Charles e Diana, fato mais recente.
A traição é um inimigo invisível, que se esconde no profundo do coração, mistura-se às emoções e sentimentos, conhece as fraquezas do ser humano e é “doce como favo de mel”. Apesar de toda sua resistência, ela pode ser vencida. “ Ao homem pode parecer impossível, mas a Deus todas as coisas são possíveis” (Jesus)

Professor Marcos Antonio Vasco Rodrigues
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Publicado em: 26/03/2009
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Um comentário:

Guerrilheiro das Palavras disse...

A traição é algo abominável. Ela se estende não só as relações amorosas mas também a amizade. Quebra a confiança como um cristal e jamais ainda que se tenha reatado a amizade será a mesma: haverá costuras do que antes foi macio e sem remendos.